CASTELO GARCIA D’AVILA
Conhecido também
como ‘’ Torre De Garcia d’Ávila’’, o castelo esta localizado na Praia do Forte,
em Salvador. Diogo Alves, o Caramuru, foi casado com Catarina Álvares,
conhecida como Paraguaçu, uma índia da tribo Tupinambá, que foi batizada na
frança com o nome de Cataria do Brasil.
O castelo é uma
referencia pelo seu estilo feudal, que se iniciou na Capitania da Bahia, que em
torno de 250 anos expandiu-se ao longo das gerações de seus senhores pelas
regiões nordeste do Brasil. A expansão foi bastante motivada pela busca pelas
minas de prata, alem disso, a casa da torre também foi pioneira na pecuária na
região e esta associada ao Caminho da Bahia, transito que abasteceu Minas
Gerais. A partir 1798, estiveram
presentes nas batalhas pela dependência do Brasil, que se concretizou apenas no
ano de 1822. Inúmeros membros receberam o titulo de nobreza pelos ex-imperadores,
Pedro I do Brasil e Pedro II do Brasil.
A Casa da Torre é
constituída em uma espécie de mansão senhorial, estilo usado em Portugal em
suas possessões ultramarinas quando se iniciou o século XVI. O castelo foi
erguido por Garcia d’Ávila no ano de 1551 para ser a sede de seus domínios,
dando cumprimento aos regimentos de João III de Portugal, foi um complexo de
moradias e defensas, capela e um baluarde vigilante onde ardiam, fogos
sinaleiros. A casa da Torre também foi representada por João Teixeira Albernaz,
o maior prolífico cartógrafo português do século XVII, isolada sobre um monte,
como uma torre pequena, com três pavimentos marcados por linhas seteiras. Em
alvenaria de pedra, tinha como função vigiar o sertão por um lado, dessa forma
resistindo aos ataques indígenas, e o outro lado pelo mar. Houve também uma
terceira fase da construção, iniciada no inicio do século XVIII, tabeme de
pedra, ampliando o Castelo.
SUAS CARACTERÍSTICAS
A estrutura
primitiva, que corresponde a atual capela, foi uma torre de planta hexagonal,
abobadada, com paredes feitas de tijolos. Suas salas eram contiguas, recobertas
por cúpulas e abobadas de arcos cruzados.
Em sua etapa
posterior construtiva, a fortificação foi erguida em alvenaria de pedra, se
desenvolvendo simetricamente em torno do pátio de armas do castelo, em estilo
renascentista, onde uma escadaria dupla conduzia ao primeiro pavimento.
INVASÕES AO
CASTELO
Na segunda
das invasões neerlandesas ao Brasil, Francisco Dias De Ávila Caramuru, ajudou
na defesa, fornecendo aos homens sua casa, que foi utilizada como refúgio por
Giovanni de San Felice, conde de Bagnolia, na Itália, que assumiu o comando das
forças portuguesas após a Batalha de Mata Redonda. A partir dos domínios da Casa Da Torre,
partiram as primeiras bandeiras sertanistas que colocaram a pecuária na região
nordeste do Brasil. Francisco Dias de Ávila II ampliou as fronteiras do
latifúndio familiar ate o sertão de Pernambuco, após dominar os caririns.
Garcia de Ávila, no
século seguinte, atendeu aos pedidos do governador Dom Rodrigo da Costa, para
substituir o antigo Forte da Praia, e fez construir o Forte de Tatuapara, em
alvenaria de pedra. Este morgado comandava um regimento de auxiliares compostos
por três companhias, sua função era de guarnecer a costa entre o rio Real e o
rio Vermelho. Sua artilharia foi completada em torno de 1710-171. Com a morte
de Garcia de Ávila Pereira Aragão em 1805, na ausência de herdeiros, seu titulo
passou hora os Pires de Carvalho e Albuquerque. As propriedades da família dos Ávila
se localizavam da Bahia ao Maranhão.
INFLUENCIA NA INDEPENDÊNCIA
Durante a guerra
da independência do Brasil, serviu de base ao Exercito Libertador de Cachoeira,
fornecendo destacamentos de caririns armados, tendo o império recompensado os
seus morgados pelo importante serviços prestados, como: Joaquin Pires de
Carvalho e Albuquerque, Visconde de Pirajá; Francisco Elesbão Pires de Carvalho
e Albuquerque, Barão de Jaguaripe e Antonio Joaquim Pires de Carvalho e
Albuquerque, Visconde da Torre de Garcia d’Ávila.
Com recursos após a
Guerra e a extinção dos morgadios no Brasil a partir de 1835, a Casa da Torre
foi abandonada, transformando-se em ruínas.
NA ESCRAVIDÃO
Em Lisboa, Luiz
Mott recuperou na Torre do Tombo, uma denuncia que acusava Garcia d’Ávila
Pereira Aragão por tortura de escravos com os maiores requintes de crueldade, e
também por cometer heresias contra a Fe católica. A pesar de não ser lavada a
cabo, a denuncia tem um grande valor histórico e antropológico pelas riquezas
de detalhes que carrega, tanto nos métodos e aparelhos de tortura quanto na
gente que habitava o engenho.
ATUALMENTE
No século XX, o
Castelo Garcia d’Ávila foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e
artístico Nacional, em 1938. No ano de 1980, o Instituto Geográfico e Histórico
da Bahia elaborou um projeto de restauração. O imóvel, por iniciativa privada,
fundou a Fundação Garcia d’Ávila, com o objetivo de proteger, restaurar e
transformar em Centro Cultural e Museu Histórico.