sexta-feira, 3 de agosto de 2018

CASTELO GARCIA


CASTELO GARCIA D’AVILA



  
  Conhecido também como ‘’ Torre De Garcia d’Ávila’’, o castelo esta localizado na Praia do Forte, em Salvador. Diogo Alves, o Caramuru, foi casado com Catarina Álvares, conhecida como Paraguaçu, uma índia da tribo Tupinambá, que foi batizada na frança com o nome de Cataria do Brasil.
  
  O castelo é uma referencia pelo seu estilo feudal, que se iniciou na Capitania da Bahia, que em torno de 250 anos expandiu-se ao longo das gerações de seus senhores pelas regiões nordeste do Brasil. A expansão foi bastante motivada pela busca pelas minas de prata, alem disso, a casa da torre também foi pioneira na pecuária na região e esta associada ao Caminho da Bahia, transito que abasteceu Minas Gerais.  A partir 1798, estiveram presentes nas batalhas pela dependência do Brasil, que se concretizou apenas no ano de 1822. Inúmeros membros receberam o titulo de nobreza pelos ex-imperadores, Pedro I do Brasil e Pedro II do Brasil.
    
  A Casa da Torre é constituída em uma espécie de mansão senhorial, estilo usado em Portugal em suas possessões ultramarinas quando se iniciou o século XVI. O castelo foi erguido por Garcia d’Ávila no ano de 1551 para ser a sede de seus domínios, dando cumprimento aos regimentos de João III de Portugal, foi um complexo de moradias e defensas, capela e um baluarde vigilante onde ardiam, fogos sinaleiros. A casa da Torre também foi representada por João Teixeira Albernaz, o maior prolífico cartógrafo português do século XVII, isolada sobre um monte, como uma torre pequena, com três pavimentos marcados por linhas seteiras. Em alvenaria de pedra, tinha como função vigiar o sertão por um lado, dessa forma resistindo aos ataques indígenas, e o outro lado pelo mar. Houve também uma terceira fase da construção, iniciada no inicio do século XVIII, tabeme de pedra, ampliando o Castelo.

   SUAS CARACTERÍSTICAS

     A estrutura primitiva, que corresponde a atual capela, foi uma torre de planta hexagonal, abobadada, com paredes feitas de tijolos. Suas salas eram contiguas, recobertas por cúpulas e abobadas de arcos cruzados.
   
   Em sua etapa posterior construtiva, a fortificação foi erguida em alvenaria de pedra, se desenvolvendo simetricamente em torno do pátio de armas do castelo, em estilo renascentista, onde uma escadaria dupla conduzia ao primeiro pavimento.

    INVASÕES AO CASTELO

  Na segunda das invasões neerlandesas ao Brasil, Francisco Dias De Ávila Caramuru, ajudou na defesa, fornecendo aos homens sua casa, que foi utilizada como refúgio por Giovanni de San Felice, conde de Bagnolia, na Itália, que assumiu o comando das forças portuguesas após a Batalha de Mata Redonda.  A partir dos domínios da Casa Da Torre, partiram as primeiras bandeiras sertanistas que colocaram a pecuária na região nordeste do Brasil. Francisco Dias de Ávila II ampliou as fronteiras do latifúndio familiar ate o sertão de Pernambuco, após dominar os caririns.
   
  Garcia de Ávila, no século seguinte, atendeu aos pedidos do governador Dom Rodrigo da Costa, para substituir o antigo Forte da Praia, e fez construir o Forte de Tatuapara, em alvenaria de pedra. Este morgado comandava um regimento de auxiliares compostos por três companhias, sua função era de guarnecer a costa entre o rio Real e o rio Vermelho. Sua artilharia foi completada em torno de 1710-171. Com a morte de Garcia de Ávila Pereira Aragão em 1805, na ausência de herdeiros, seu titulo passou hora os Pires de Carvalho e Albuquerque. As propriedades da família dos Ávila se localizavam da Bahia ao Maranhão.

INFLUENCIA NA INDEPENDÊNCIA

    Durante a guerra da independência do Brasil, serviu de base ao Exercito Libertador de Cachoeira, fornecendo destacamentos de caririns armados, tendo o império recompensado os seus morgados pelo importante serviços prestados, como: Joaquin Pires de Carvalho e Albuquerque, Visconde de Pirajá; Francisco Elesbão Pires de Carvalho e Albuquerque, Barão de Jaguaripe e Antonio Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque, Visconde da Torre de Garcia d’Ávila.
   
  Com recursos após a Guerra e a extinção dos morgadios no Brasil a partir de 1835, a Casa da Torre foi abandonada, transformando-se em ruínas.

NA ESCRAVIDÃO

   Em Lisboa, Luiz Mott recuperou na Torre do Tombo, uma denuncia que acusava Garcia d’Ávila Pereira Aragão por tortura de escravos com os maiores requintes de crueldade, e também por cometer heresias contra a Fe católica. A pesar de não ser lavada a cabo, a denuncia tem um grande valor histórico e antropológico pelas riquezas de detalhes que carrega, tanto nos métodos e aparelhos de tortura quanto na gente que habitava o engenho.

ATUALMENTE

   No século XX, o Castelo Garcia d’Ávila foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e artístico Nacional, em 1938. No ano de 1980, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia elaborou um projeto de restauração. O imóvel, por iniciativa privada, fundou a Fundação Garcia d’Ávila, com o objetivo de proteger, restaurar e transformar em Centro Cultural e Museu Histórico.


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